Conheça as atualizações do Facebook para combater as fake news

Por Mais Empresas  |  14/07/2020  |  Comente »

Um dos grandes problemas que o mundo tem enfrentado nos últimos anos é a desinformação. Milhões de páginas são indexadas todos os dias no Google, no entanto, muitas empresas têm investido em geração de fake news para alcançar seus objetivos. 

É pensando nisso que houve uma série de empresas que retiraram sua verba de anúncios da plataforma.

A campanha chegou até outras mídias grandes, como o Facebook, em que mais de 400 marcas retiraram links patrocinados, como forma de exigir um posicionamento enfático contra os discursos de ódio.

A iniciativa chamada #StopHateforProfit (“pare o ódio pelo lucro”, em tradução), pressionou os gigantes da mídia online. O próprio Facebook anunciou uma série de atualizações para combater as fake news.

A seguir, conheça cada uma dessas táticas adotadas pelo Facebook, incluindo a parceria com agências de checagem de fatos e promoção de iniciativas de educação para a mídia. Acompanhe a leitura!

Primeiro, o que são as fake news?

A internet abriu espaço para que as notícias se espalhassem em uma velocidade cada vez mais rápida. 

Hoje em dia, com apenas um clique, é possível encontrar informações acerca de um serviço de aluguel de maquina de café, fatos ao redor do mundo, conteúdos culturais e muitos outros.

Com a ascensão das redes sociais, o boom de informações foi ainda maior. Contudo, esse cenário é propício para que as notícias falsas, chamadas de fake news, também sejam facilmente divulgadas.

Além disso, muitas pessoas perderam o costume de verificar fonte de um dado. Ou seja, quando se publica algo na internet, uma parte do público realmente acredita que aquilo é verdade, sem ao menos conhecer de onde partiu a notícia.

As eleições de 2018, por exemplo, levantaram o debate sobre o perigo das fake news

Durante o período, candidatos adversários utilizaram várias táticas de divulgação de conteúdos falaciosos na internet, a partir de departamentos especializados na criação e propagação de informações inverídicas.

É preciso ficar atento a essas desinformações, uma vez que apenas um conteúdo incorreto sobre qualquer assunto, por exemplo, dicas de instalação de esquadrias, pode gerar consequências graves. 

No caso citado, alguém pode instalar o material da forma incorreta e ter seu imóvel prejudicado.

O problema é ainda pior quando envolve informações importantes sobre a sociedade civil e agenda pública.

Uma pesquisa realizada pela Avaaz apontou que 7 em cada 10 internautas brasileiros, o que é equivalente a 100 milhões de pessoas, acreditam em ao menos uma notícia falsa a respeito da pandemia do novo coronavírus.

O Facebook aparece como a segunda plataforma com maior número de fake news, com 5 em cada 10 usuários recebendo informações inverídicas pela rede social. 

Ou seja, mais de 100 milhões de brasileiros se baseiam em falácias sobre a Covid-19, o que pode resultar em falta de proteção e negligência com a saúde pública.

As notícias falsas também resultam em discurso de ódio, especialmente contra as minorias. 

De acordo com o Instituto Palavra Aberta, as mulheres são as principais vítimas de ameaças, conteúdos violentos e xingamentos na internet.

Mas qualquer um está sujeito aos discursos de ódio propagados pelas fake news – até mesmo as empresas. Um profissional que ministra um curso de violão para iniciantes e que faz um bom serviço, pode ser vítima de informações inverídicas e ter o seu negócio prejudicado.

Por isso, é fundamental investir em ações para combater as notícias falsas e conscientizar a população do perigo do compartilhamento desse conteúdo. 

Isso significa que o cidadão também deve assumir o compromisso de verificar os fatos antes de divulgá-los nas redes sociais, e não acreditar em absolutamente tudo que se vê online.

Em contrapartida, a legislação brasileira vem trabalhando com reflexões para uma futura política pública de combate às fake news, como forma de oferecer informação de qualidade.

5 atualizações do Facebook para combater as fake news

Diante da grande repercussão negativa das fake news no Brasil, em conjunto com o boicote das empresas às grandes mídias online, o Facebook decidiu investir em algumas atualizações para o combate à desinformação e discursos de ódio na rede social.

Abaixo, confira algumas das principais mudanças na plataforma.

1 – Ampliação do programa de verificação de fatos para outros países

O Facebook já expandiu o seu programa de verificação de fatos para mais de 14 países, incluindo o Brasil. 

Assim, com softwares inteligentes, verificadores certificados e independentes, a rede social irá avaliar os conteúdos, sendo possível reduzir em até 80% o volume de publicações falsas.

Isso quer dizer que a plataforma irá avaliar as postagens, como um conteúdo sobre peças de usinagem, para evitar a propagação de informações não verdadeiras.

2 – Testes de verificação de fotos e vídeos

Uma notícia falsa não vem só em formato textual. 

Por isso, o Facebook também está investindo na expansão da verificação de conteúdos em fotos e vídeos para a análise de materiais, que podem ter sido manipulados ou retirados do contexto.

3 – Introdução de novas tecnologias de análise

Não é fácil controlar todos os usuários do Facebook, ainda mais porque a rede é a mais popular de todo o mundo. Entretanto, a plataforma faz uso de novas tecnologias que facilitam o acompanhamento, que são:

  • Machine learning;
  • Claim Review, da Schema.org;
  • Códigos avançados de verificação;
  • Criptografia inteligente para identificação de conteúdos.

Com esses programas, é possível realizar a identificação de conteúdos duplicados, incluindo de notícias já contestadas.

Assim, os usuários irão se deparar com notícias a respeito de assuntos públicos, bem como demais conteúdos, como relógios de ponto, que foram previamente verificadas por softwares tecnológicos e inteligentes.

4 – Realização de pesquisas independentes

Em abril de 2018, o Facebook anunciou que irá investir em pesquisas independentes sobre o papel das redes sociais nas eleições, bem como demais assuntos dedicados à democracia.

Com isso, a plataforma irá contratar equipes para medir o volume e os efeitos da desinformação nas redes sociais. 

Isso trará maior transparência e qualidade na mensuração de dados, como uma medida possível para orientar futuras políticas públicas.

5 – Contratação de usuários para checagem

No final de 2019, o Facebook lançou um projeto piloto para contratar pessoas que usam a plataforma como “checadores” de informações, em período parcial. 

De acordo com a própria rede, a ideia é usar os seus usuários e ajudar na promoção do discernimento do que são as notícias falsas.

De acordo com a proposta, os usuários podem usar um filtro para identificar o que é uma fake news dentro do Facebook, antes que o conteúdo seja enviado às empresas parceiras. 

O intuito é tornar o processo de combate à desinformação muito mais ágil.

O Facebook também declarou parceira com a YouGov, uma empresa de dados sobre a opinião pública geral, que será a responsável por conduzir estudos com os internautas e selecionar quem fará parte da equipe de checagem.

A era da desinformação no Brasil

Embora as atualizações no Facebook ajudem no combate à desinformação, o Brasil ainda lidera o ranking entre os países com maior consumo de fake news

Ou seja, grande parte dos brasileiros não sabe diferenciar um conteúdo de qualidade sobre automação de persianas de um conteúdo inventado.

Segundo um estudo publicado pela Kaspersky, em parceira com a empresa CORPA, grande parte dos brasileiros não são capazes de reconhecer se é um boato ou uma notícia verdadeira.

Chamada de “Iceberg Digital”, a pesquisa analisou a situação da segurança dos usuários na Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Peru. 

O objetivo foi de desvendar os riscos que as empresas e pessoas enfrentam quando se conectam à rede, sem ter o mínimo de conhecimento sobre fake news.

De acordo com o levantamento, 62% dos brasileiros não reconhecem uma notícia falsa. Os que mais compartilham conteúdo inverídico são os usuários entre 25 a 34 anos.

Vale dizer que é importante combater todo e qualquer tipo de material falacioso na internet, desde uma matéria com informações inconsistentes sobre galvinoplastia, por exemplo, até conteúdos que tratam sobre política, economia e saúde pública.

Além do Facebook, também é necessário combater a desinformação em outras mídias, visto que há sites especializados na produção e compartilhamento de notícias falsas. 

Inclusive, alguns portais são extremamente convincentes, pois utilizam de recursos profissionais para a criação de páginas e de conteúdo.

Lembre-se que de uma fake news pode prejudicar pessoas e negócios. Assim, receber uma informação descontextualizada sobre uma empresa de fretamento reconhecida no mercado, pode ser bastante prejudicial, por isso, a verificação é imprescindível.

Conclusão

Desde as eleições de 2018, as fake news mostraram o quanto elas podem impactar negativamente a sociedade civil, gerando desinformação e fomentando discursos de ódio, principalmente contra as minorias.

Com a crise do novo coronavírus, as infinitas notícias falaciosas também contribuíram significativamente para a falta de conscientização pública, tornando as medidas de controle difíceis de serem aplicadas.

Por esse motivo, é fundamental que as grandes mídias online invistam em atualização de seus códigos, como forma de conter o compartilhamento de fake news e promover a informação de qualidade.

O Facebook está formulando diversas novas atualização e, em pouco tempo, espera-se que o impacto dos boatos possa ser controlado.

Esse texto foi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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