Empreendedorismo feminino: das dificuldades à gestão de organizações

Por isabela  |  14/06/2021  |  Comente »

O empreendedorismo feminino é um dos movimentos que mais tem ganhado visibilidade nos últimos tempos. Esse levante é fruto dos coletivos de defesa dos direitos das mulheres, que lutam por equidade entre os gêneros.

O resultado dessa luta, além de trazer muito mais diversidade para o mercado, ainda quebra uma série de paradigmas, renovando um mercado engessado e que há muito tempo precisava de mudanças.

Entretanto, ainda existem muitos desafios que precisam ser enfrentados para que essa equidade seja de fato existente e criar um melhor clima organizacional dentro de empresas de variados segmentos.

A luta feminina no mercado de trabalho

Mesmo que sejam maioria populacional, as mulheres ainda são uma minoria social, ocupando apenas uma pequena parcela das posições de destaque em grandes corporações.

Nesse aspecto, o empreendedorismo feminino tem lugar em prol de uma sociedade mais justa, uma vez que gera mais oportunidades de liderança para as mulheres.

Inclusive, quando uma mulher assume seu próprio negócio, está se empoderando para um cargo de liderança, diminuindo essa disparidade. Dessa maneira, o potencial para transformar a realidade atual acaba aumentando muito.

É considerado empreendedorismo feminino todo e qualquer negócio idealizado e comandado por mulheres, bem como as iniciativas de liderança feminina, incluindo a atuação de mulheres em cargos de gestão e diretoria dentro de grandes empresas.

Existem vários elementos fundamentais para o empreendedorismo, como garra, coragem, determinação e vontade de inovar, seja para abrir um negócio próprio ou para tomar a liderança em uma empresa de, por exemplo, software de gestão empresarial.

O empreendedorismo feminino não é uma vitória exclusiva das mulheres. A maior presença delas em negócios de diversos tipos traz grandes melhorias para a sociedade como um todo, tanto do ponto de vista econômico quanto empresarial.

Existe um papel importante exercido por esse modelo de empreendedorismo para reduzir as diferenças nas oportunidades de crescimento e aprimoramento de carreira entre homens e mulheres.

Além disso, as perspectivas diferenciadas trazidas por mulheres empreendedoras acabam favorecendo a diversidade de negócios, o que pode ser um grande diferencial em tempos onde a concorrência e a competição estão cada vez mais acirradas.

Essa oxigenação de ideias trazidas pelas mulheres empreendedoras acaba gerando muitos benefícios para a economia de maneira global, e muitos serviços ou produtos como os serviços contábeis, têm seu futuro definido através das mentes inovadoras destas mulheres.

Além disso, hoje em dia, a grande maioria das empresas busca muito mais as chamadas soft skills, características de desenvolvimento pessoal, do que apenas especializações e ações profissionais, como:

  • Empatia;
  • Comunicação;
  • Organização;
  • Resiliência.

Nesse campo, muitas mulheres se destacam por saber lidar com uma série de problemas e empecilhos do dia a dia, o que valoriza sua experiência dentro do mercado de trabalho e permite um desenvolvimento muito mais assertivo.

Uma liderança feminina acaba ajudando na valorização dos talentos de sua equipe e até mesmo de toda a corporação, promovendo uma proximidade muito mais forte com os clientes, uma vez que se cria uma identificação maior.

Empresas que se preocupam com diversidade de gênero tendem a ter um impacto muito maior em seus resultados, aumentando consideravelmente seus lucros de venda. Isso porque as pessoas querem se sentir representadas pelas marcas que elas confiam, seja de soluções ambientais ou quaisquer outras.

Muitas mulheres iniciaram esta jornada por pura necessidade. O mercado está se tornando cada vez mais difícil para o ingresso, e com os valores de compras e contas se elevando, era fundamental encontrar uma nova fonte de renda.

Isso fez com que o empreendedorismo feminino se tornasse uma boa fonte de sustento para famílias inteiras, libertando muitas mulheres da dependência financeira de seus companheiros ou de outras pessoas.

Desafios do empreendedorismo feminino

Ainda existe uma grande disparidade entre homens e mulheres nesse tipo de mercado. Enquanto os homens buscam sua liberdade financeira e crescimento pessoal, a maioria das mulheres ainda entra no mercado do empreendedorismo por pura necessidade.

Esse tipo de acesso mostra a diferença gigante que ainda existe entre as oportunidades oferecidas para ambos os sexos em comparativo. Além disso, ainda há uma desvalorização muito grande do trabalho e do aprendizado da mulher.

Uma mulher que tenha um grau de escolaridade superior a um homem, ainda continua recebendo menos se ocupar a mesma posição, o que é uma luta que tem ganhado cada vez mais coro, seja dentro de uma agencia de stands ou em outra área.

Alguns outros elementos se tornam importantes pautas na luta do empreendedorismo feminino. A maternidade é constantemente vista como um problema no mercado de trabalho, o que dificulta a manutenção da mulher nesse tipo de posição.

Além disso, a necessidade de sustentar uma familia inteira sozinha é um reflexo da discriminação do gênero por anos nesse universo negocial, o que dificulta oportunidades e abertura de espaços.

Outro grande desafio do empreendedorismo feminino é a manutenção de uma empresa. Para realizar impressão em grandes formatos, por exemplo, é necessário toda uma estrutura de funcionamento.

Assim, muitas mulheres acabam desistindo antes dos homens em manter o negócio ativo, principalmente em estágios iniciais, quando ainda não há estabilidade em termos de geração de lucro.

Isso acontece porque muitas vezes as responsabilidades externas chamam mais as mulheres do que aos homens, que têm mais tempo de se estabelecer e passar o início turbulento de uma abertura de empresa.

Além disso, é importante ressaltar que em caso de empréstimos e outras facilidades financeiras, a taxa de juros cobradas para mulheres é maior que a de homens, ainda que a taxa de inadimplência seja consideravelmente menor.

Entre os cargos de liderança, as mulheres são minoria no mundo inteiro, especificamente no Brasil. Por conta disso, acaba se tornando muito difícil buscar esse tipo de reconhecimento enquanto mulher.

Se não bastassem os problemas de cargos e especificações, as mulheres ainda têm que lidar muitas vezes com preconceito, vítimas de ideias ultrapassadas como o fato de serem muito emotivas ou de não poderem se comprometer caso engravidem.

Ainda pior, em alguns casos as mulheres se tornam vítimas de assédio, tanto moral quanto sexual. Por todos esses motivos, os desafios para ser uma mulher empreendedora ainda são inúmeros, e muitas delas acabam desistindo no meio do processo.

As mulheres empreendedoras muitas vezes ainda têm que lidar com uma jornada dupla ou tripla. Isso porque, apesar de haver uma melhora na participação do homem nas tarefas domésticas, esse valor ainda é muito inexpressivo.

Isso significa que além de um dia cheio de trabalho, a mulher ainda tem que lidar com todo o trabalho de casa e cuidar de seus filhos para conseguir dar conta de tudo. Esse tipo de trabalho não tem nenhum tipo de remuneração.

Além disso, o trabalho tido como “invisível” toma um bom tempo do dia das mulheres, deixando-as muito mais esgotadas e propensas a doenças como depressão e síndrome do pânico, por conta do burnout causado pelo excesso de trabalho.

Mulheres que inspiram no empreendedorismo

Algumas mulheres têm servido de inspiração para qualquer uma que deseja se inserir no mercado de trabalho, sendo bem sucedidas empreendedoras de sinalização de segurança e de diversas outras áreas, além de aproveitarem o trabalho como um todo.

O primeiro nome que vem à mente das brasileiras quando falamos de empreendedorismo feminino é o de Luiza Trajano, da rede de lojas Magazine Luiza. Uma empreendedora nata, passou por diversas funções na empresa, e hoje é Presidente do Conselho de Administração.

Luiza transformou a empresa de uma simples loja de móveis em uma das mais competitivas corporações do setor varejista, com atuação em campo nacional. Não é incomum ver um banner promocional estampando-a em cada uma das unidades das lojas.

Sempre pautada no empreendedorismo feminino, Luiza levou para o Magazine Luiza uma série de elementos comuns entre as mulheres, como a empatia, a defesa da diversidade e do empoderamento, sensibilidade em causas sociais e muitos outros.

Constantemente criticada por seu posicionamento, Luiza segue firme apoiando o direito de minorias sociais conseguirem explorar o mundo empreendedor, tornando-o mais igualitário e com mais oportunidades para todos.

Sua mais recente empreitada foi um programa de treinamento específicamente para jovens negros, outra minoria muitas vezes apagada do conceito de empreendedorismo. Por conta da ação, Luiza foi duramente criticada na internet e por seus pares no mercado.

Entretanto, isso não a intimidou, e Luiza Trajano segue oferecendo oportunidades de crescimento e desenvolvimento para pessoas que não tem essa abertura no mercado, modificando assim a sociedade como um todo.

Considerações finais

Embora ainda existam muitos passos a serem dados no que tange o empreendedorismo feminino, é importante que esse tipo de ação esteja sendo debatida. É através do diálogo e da informação que se mudam diversos elementos do nosso dia a dia.

Através do empreendedorismo feminino, muitas mulheres conseguiram sua independência financeira, e mais do que isso, conseguiram sustentar suas famílias e se tornarem provedoras, aproveitando elementos importantes para se estruturarem melhor.Esse texto f

oi originalmente desenvolvido pela equipe do blog Guia de Investimento, onde você pode encontrar centenas de conteúdos informativos sobre diversos segmentos.

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